23/08/2010

Porque as mulheres sofrem mais com a prisão de ventre??

Em geral, na minha clientela, as mulheres se preocupam muito mais com a saúde dos que os homens. E entre as pacientes que me procuram, mais da metade chega ao consultório com queixa de prisão de ventre, flatulência e distensão abdominal. E muitas se habituam ao problema como se fosse normal e aprendem a conviver com essa situação, muitas vezes abusando dos laxantes. Se há um tempo atrás era necessário um comprimido laxante, agora são necessários 3, 4, 6 ou mais. E vai-se mudando a marca do medicamento até que o intestino não responda mais.

A que se deve essa freqüente queixa feminina? Há várias teorias que tentam explicar porque as mulheres desenvolvem uma relação complicada com a sua evacuação. A primeira é que elas normalmente ‘beliscam’ mais do que os homens, são mais gulosas e consomem mais carboidratos o que pode desequilibrar a flora intestinal e provocar a prisão de ventre produzindo gases. Principalmente no período pré-menstrual, muitas mulheres apresentam uma súbita avidez por carboidratos e doces. Algumas chegam a engordar até 3kg nesse período. Com isso há uma propensão bem maior de acontecer o desequilíbrio da flora intestinal e a disbiose.

Em segundo lugar, a mulher tem uma educação em que é feio fazer barulho de gases e deixar cheiro no banheiro. Ela tem que parecer sempre limpa. Isso vem desde a antigüidade e continua até hoje, onde um dos critérios de seleção da mulher é a limpeza. Então ela não se dá o direito de ir a qualquer banheiro, em qualquer hora ou em qualquer lugar.

A terceira é o uso de pílula anticoncepcional que facilita o aumento da permeabilidade intestinal provocando a perda da vitamina B6, também envolvida na formação da serotonina, que é o hormônio do "bem-estar". A serotonina diminuída está envolvida no processo de depressão. Uma pessoa deprimida aumenta o consumo de carboidratos resultando novamente em desequilíbrio da flora e aumento da permeabilidade intestinal.

Outro fator importante é a ansiedade. Comer rápido, engolindo ar enquanto come ou fala, e não ter paciência para ir ao banheiro por si só já explica a prisão de ventre e flatos, além do fato de que a ansiedade gera o desejo por comidas doces ou por hidratos de carbono, que atuam como agentes causadores de alteração intestinais. A vida corrida de trabalho e casa, tendo que ser boa mãe, boa esposa, ótima profissional, estar sempre bonita e arrumada são exigências que de uma forma ou de outra a própria mulher se impõe. E isso deixa a mulher estressada e de alguma maneira reverbera em seu corpo. E com isso, um dos órgãos mais afetados é o intestino, pois a prisão de ventre não é uma questão só alimentar, tem também aspectos emocionais, culturais, hormonais e pouca ingestão de água.

Como podemos comprovar, o intestino é um órgão extremamente importante e muito descuidado pela população em geral. Por isso, ao aparecer algum dos sintomas mencionados, procure um nutricionista e não faça automedicação. Nestes casos, é muito importante realizar uma desintoxicação, uma mudança no hábito alimentar com uma dieta antioxidante e exercícios físicos.

Shake para constipação:
(tomar em jejum)

Ingredientes
250ml de água de coco
1 banana branca pequena
3 ameixas pretas sem caroço
1 colher de sobremesa de farinha de linhaça dourada
1 colher de sobremesa de amaranto
1 colher de cafezinho de canela
1 lasca de gengibre

Modo de preparo: bater todos os ingredientes no liquidificador. Se preferir adicione gelo para bater.

19/08/2010

Porque sem glúten?

O glúten é uma proteína presente no trigo, centeio, cevada e aveia. É de difícil digestão, por isso pode estimular reações do sistema imune que poderão desencadear vários sintomas no organismo. Exitem algumas reações imunológicas pelas quais o glúten pode trazer problemas ao organismo. A mais conhecida é a doença celíaca, porém o glúten também pode desencadear sintomas por outras reações imunológicas, principalmente as alergias chamadas tardias ou escondidas, no qual é mais difícil relacionar o alimento como causador desses. No caso da doença celíaca você deve fazer restrição total do glúten, já nas reações tardias é necessário uma restrição de até 3 meses, e depois, conforme a melhora dos sintomas, fazer um rodízio dos alimentos que contém glúten a cada 2-3 dias.
A doença celíaca causa uma diminuição da capacidade de absorção de nutrientes no intestino. Os sintomas mais comuns são: diarréia crônica, esteatorréia (fezes gordurosas), cólicas abdominais, perda de peso entre outros.
Já a sensibilidade ao glúten (ou intolerância | alergia tardia) pode se manifestar por 1 ou mais sintomas, como: constipação alternando com diarréia, cólicas e distensão abdominal, dores articulares (artrite, artrose) e musculares, inchaços, ‘formigamentos’, e diminuição da sensibilidade dos membros, pele seca, grande queda de cabelos, hiperatividade, distúrbio de concentração, hipoglicemia, depressão, infecções urinárias, dores ou incômodo nas pernas (principalmente na hora de dormir), osteopenia ou osteoporose em adultos, jovens e crianças, dificuldade de crescimento e/ou fortalecimento muscular, anemia constante não responsiva à suplementação de ferro entre outros.
Outro fator relacionado ao consumo do glúten é que o mesmo pode ser fermentado por cândidas, outros fungos e más bactérias. Essas substâncias podem ocupar o receptor de neurotransmissores e mudar suas ações, causando excitação cerebral, prazer e até euforia, para num momento posterior levar a depressão, letargia entre outros sintomas, estabelecendo uma relação de dependência do glúten para sentir-se melhor, levando ao desenvolvimento de vícios alimentares.
A sensibilidade ao glúten pode ocorrer pela falta da enzima capaz de digerí-lo, pela ação do glúten como um citotóxico, ou ainda pela ação da lectina (proteína ligante de açúcares), causando aglutinação de células, que causam agressão às vilosidades intestinais.
Nesse caso, os alimentos fontes de glúten devem ser substituídos por alimentos de equivalência nutricional e energética (farinha de arroz, fécula de batata, polvilho doce e azedo, fubá, amido e farinha de milho, tapioca, farinha de mandioca, amaranto, quinua, trigo sarraceno, araruta, e a própria farinha preparada sem glúten) por um determinado período (sempre com acompanhamento de nutricionista), e após esse período, é possivel consumir o glúten em rotatividade com os outros alimentos, controlando os sintomas.
A aveia, por conter pequena quantidade de glúten, aparece em algumas receitas, mas as pessoas que precisam seguir uma dieta restrita terão opções de substituição. Na maior parte dos casos, as pessoas que tem reações tardias ao glúten, podem consumir a aveia a cada 3 dias.
 

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