29/11/2009

O cálcio presente no leite previne mesmo a Osteoporose??

A Osteoporose é uma doença que por muito tempo foi entendida como um problema ligado ao envelhecimento, porém aumenta cada vez mais em jovens. Esta é caracterizada pela desmineralização óssea e conseqüente perda de massa óssea. Há inúmeras evidências científicas do aumento da incidência de osteoporose em todo o mundo, bem como de seus efeitos deletérios à saúde. Como a maioria das doenças crônicas não-transmissíveis, a osteoporose está intimamente relacionada com os hábitos alimentares ao longo da vida.
Muito se fala da importância do cálcio para a saúde óssea, principalmente o cálcio presente no leite de vaca. Mas até que ponto este é bom para saúde? Sabemos então que o leite é um dos alimentos mais consumidos pelos seres humanos. O consumo excessivo de leite (↑ cálcio), associado ao baixo consumo de folhosos (↓ magnésio) faz com que o cálcio presente no leite não seja bem utilizado pelo organismo, dificultando sua utilização para a formação óssea.
Embora o cálcio seja um fator muito importante para uma ótima saúde óssea, cerca de mais de 24 nutrientes (zinco, fósforo, vitamina C, boro, ferro, vitamina A, vitamina D, etc) são necessários para que isso realmente aconteça. Então não é só a falta de cálcio que favorece a osteoporose, pois, se este não for ingerido e absorvido adequadamente, ainda assim pode não conseguir ‘entrar’ no osso como se deve.
A carência de 1 ou mais nutrientes necessários a esse processo prejudica a ‘utilização’ efetiva do cálcio, ocorrendo a calcificação de tecidos moles, fato este relacionado com a aterosclerose e hipertensão, devido a calcificação (endurecimento) dos vasos sanguíneos. O leite ainda apresenta grande quantidade de fosfato, este no intestino reage com o cálcio formando complexos que não são absorvíveis.
Em um estudo em que foram avaliadas mulheres pós-menopausadas, demonstrou que o consumo de cálcio não estava associado à redução de risco de fratura de quadril, bem como o consumo de leite não apresentou associação positiva.
Então, para se prevenir ou mesmo tratar a osteoporose, a preocupação deve ser com a biodisponibilidade deste, e não se ele é bem absorvido. O consumo de grandes quantidades de proteínas de origem animal, excesso de gordura saturada, álcool, açúcar refinado, fibras insolúveis e cafeína também competem na absorção do cálcio e aumentam sua excreção através da urina. Mulheres idosas com alto consumo de carnes, leite e derivados e baixo consumo de vegetais verdes, leguminosas e sementes, apresentam maior perda óssea e um alto risco de fraturas.
Os hormônios femininos também exercem um importante papel na manutenção do cálcio no osso, principalmente o estrógeno. A queda da concentração de estrógeno sérico na menopausa é o maior fator que atua na reabsorção óssea.
Com isso podemos perceber que mais importante que ingerir grandes quantidades de cálcio, é a ingestão equilibrada de todos os nutrientes, mantendo sempre bons hábitos alimentares e evitando o sedentarismo, pois a prática de exercícios físicos estimula a liberação dos hormônios responsáveis pela incorporação de cálcio no osso.

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