06/11/2009

Síndrome do Ovário Policístico e sua relação com a Nutrição!

A síndrome do ovário policístico (SOP) é o problema endócrino mais comum entre as mulheres em idade reprodutiva, apresentando uma prevalência de 6 -10%. A causa deste transtorno ainda é desconhecida, contudo algumas anormalidades bioquímicas parecem estar intimamente relacionadas.
Estudos apontam que a resistência à insulina tem papel importante nesta patologia. O aumento da concentração da insulina (hormônio responsável pelo controle do açúcar do sangue) estimula a produção de andrógenos ovarianos e reduzir a produção do transportador sanguíneo de testosterona.
Os sinais clínicos da SOP incluem puberdade precoce, aumento de pelos em locais característicos masculino, acne, seborréia, queda de cabelos, distúrbios menstruais e disfunção ovulatória com infertilidade durante a vida reprodutiva.
Muitos fatores contribuem para as dificuldades no diagnóstico da SOPC, por isso a European Society of Human Reproduction and Embryology e a American Society for Reproductive Medicine (ESHRE/ASRM) propuseram critérios para o estabelecimento de um diagnóstico mais preciso. Assim a presença de dois dos três critérios abaixo é indicio da presença da desordem:
1 - Disfunção menstrual, com diminuição ou ausência de período menstrual (menos que 12 ciclos por ano).
2 - Hiperandrogenismo - aumento da ação dos andrógenos, ou seja, da testosterona e de seus derivados metabólicos. Este responsável pela maioria dos sinais clínicos.
3 - Presença ou não de ovário policístico.
O diagnóstico precoce da SOP é importante, em princípio, pela possibilidade de se prevenir o desenvolvimento de doenças associadas à síndrome além de melhorar a qualidade de vida do paciente, sendo importante salientar que se não corretamente tratada pode levar a mulher a infertilidade e, ainda aumenta muito o risco de desenvolvimento de diabetes e outras patologias.
O tratamento medicamentoso é de grande importância, assim a associação com um tratamento nutricional melhora a qualidade de vida do individuo. Vale lembrar que se bem tratada além da melhora na qualidade de vida, a infertilidade pode ser revertida.
O foco principal do tratamento nutricional é trabalhar com a resistência a insulina, desta forma alguns nutrientes são de grande importância. Abaixo segue algumas dicas.

- Alimentos como levedo de cerveja, cogumelo, aspargo, vinho, cerveja, ameixa e nozes são boas fontes de cromo, nutriente necessário para o metabolismo de carboidratos e lipídeos, potencializando a ação da insulina;
- O vanádio parece ter ação símile insulina, estando presente em mariscos, cogumelos e salsinha;
- O zinco e o ácido lipóico apresentam importante papel antioxidante, além disso, o zinco é o 2º elemento traço mais abundante do corpo, sendo co-fator para mais de 300 reações químicas do organismo;
- O magnésio e a vitamina B6 (encontrada em alimentos de origem animal, batata inglesa, aveia e banana) estão envolvidos no metabolismo da glicose;
- Alimentos fonte de magnésio são as leguminosas, sementes, nozes, grãos de cereais, tofu e os vegetais de folhas escuras (constituinte essencial da clorofila), vale lembrar que o alto consumo de alimentos refinados, produtos lácteos e carnes depleta magnésio;
- Consuma pelo menos 2x/dia vegetais crus;
- O intervalo entre as refeições não deve ultrapassar 3 horas, uma boa opção de lanche é um punhado pequeno de nozes, castanhas ou amêndoas;
- Substitua o açúcar por Stevia (adoçante natural) ou mel, evite açúcar refinado e adoçantes como ciclamato, sacarina e aspartame;
- Consuma peixe como salmão, sardinha, tainha eles são ricos em ômega-3, reduzindo a produção de insulina;
- Consuma alimentos ricos em fibras, como grãos integrais, além disso, esses alimentos são ricos em D-chiroinositol, substância capaz de diminuir a insulina e testosterona, aumentando as chances de ovulação;
- Os alimentos capazes de causar um aumento abrupto na insulina devem ser evitados, como os ricos em açúcar e refinados, além do leite e seus derivados;
- Alimentos como lecitina de soja, ovos caipira, gérmen de trigo apresentam inositol, que auxiliam da diminuição do peso, aumento do HDL – o colesterol “bom” e das chances de ovulação;
- Diminua o consumo de gordura animal e frituras;
- Reduzir estresse;
- Estudos apontam que o consumo de 2 xícaras de chá verde por dia auxilia na queda de cabelo, assim como o consumo de omega-3 presente em peixes de água fria e na linhaça;
- Beba pelo menos 8 copos de água por dia;
- Pratique atividade física com ênfase nos exercícios aeróbios.


Post by SheRosa e Aline Radloff

3 comentários:

  1. Ana Castro5/10/13 1:54 PM

    Obrigada pelas dicas! Foram muito úteis. Para além de ter os sintomas enunciados, tenho também anemia há já 1 ano, estando a tomar suplemento de ferro já há bastante tempo, mas é algo que me custa e que acho prejudicial. Como posso alterar a minha alimentação de modo a poder melhorar a anemia sem recorrer apenas à carne e leite? Estou a pensar em mudar o consumo de leite e derivados para leite, iogurtes e outros alimentos de soja. Aconselha?

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  2. Oiiii Ana...

    Eu não aconselho alimentos com soja pra ninguém, pois dependendo de como e quanto vai ser consumido.. pode se tornar alergênico. Eeeee.... existe duas fontes 'boas' de soja que você pode consumir, que são: o Tofu e o Misso... que eu particularmente detesto os dois... porém muita gente gosta. Quanto aos leites... você pode usar os vegetais (ex: leite de macadâmia, amêndoa, castanha, arroz, quinoa etc...) pode fazer em casa ou comprar pronto. E a anemia, você pode estar usando uma panela de ferro para fazer comida, pode colocar no feijão para cozinhar junto, a folha da beterraba (orgânica preferencialmente)... E consumir os alimentos fontes de ferro: gema de ovo (caipira orgânico), lentilha, feijão, ervilha (congelada ou ervilha torta), agrião, couve, brócolis, espinafre, beterraba crua, peixe etc...
    Essa semana vou ver se consigo postar uma receita de iogurte feito em casa...
    Ana.. é difícil... mas tem que fugir dos industrializados e colocar a mão na massa!!! hehehe

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